Num domingo à tarde, depois de ver um filme de romance do
qual não sei o título porque comecei a ver quase no final, atrevo-me a escrever
sobre o amor. Nada fácil para mim, pois meu ponteiro nunca apontou para a
pessoa certa. Porém, o amor está tão impregnado em nós e é tão subjetivo que
melhor do que escrever sobre experiências é deixar-se levar pela intuição, pela
emoção e deixar as palavras fluírem cheias de sabor como bombons recheados de
surpresas. E como quem saboreia um brigadeiro, sigo preenchendo essas linhas
com a sabedoria de quem reconhece que nada sabe sobre o assunto. Porém, na
minha ignorância sobre esse sentimento tão falado, aliás mais falado do que
vivido, vou tecendo minhas ideias.
Acredito que amor e sofrimento andam juntinhos, de mãos
dadas. Se não somos correspondidos, ai que dor! Que tristeza! Se somos e
vivemos o amor plenamente, ai que dor! Que medo de perder a pessoa amada! Aí,
vem o ciúme, e a dor aumenta. Mas acredito que pior do que essas dores de amor,
é nunca ter sentido esse complexo sentimento que faz os olhos e a alma sorrirem
em alguns momentos e chorarem em outros. Mas tem um tipo de amor que nos
completa e nos faz grande, nos faz pessoas melhores na doação do afeto ao
outro. É o amor-próprio, ele que nos oferta qualidades fundamentais para saber
amar o outro: dignidade, autoestima do jeito certo, sem narcisismo. Sem esse
bendito amor, ai que dor!
Zezinha Lins