domingo, 12 de novembro de 2017

Página Inicial



“Tantas possibilidades moram nesta folha em branco”, pensa ela enquanto observa a página inicial do word no seu amigo mais íntimo, o notebook. Amante das letras e das boas histórias, adora escrever, mas nem sempre é fácil pensar em algo interessante, principalmente quando sente-se cansada dos afazeres do dia a dia. Mesmo assim, resolve arriscar, dar a vez ao narrador. Aquela folha em branco na sua frente parece exercer um certo fascínio. No silêncio da noite os pensamentos criam asas e voam até os inúmeros personagens e enredos que cabem naquele espaço em branco: quantas histórias de amor, de romances vividos ou imaginados nos enredos e nos espaços mais inusitados, o tempo cronológico ou psicológico caminha junto aos personagens na trama. No início, o equilíbrio, ausência de conflito, e assim como na vida logo surgem as atribulações, depois o clímax e finalmente o desenlace. A arte de criar, de compor narrativas com todos os seus elementos lhe dá prazer, mas ela sabe que a história mais importante está sendo escrita sem que essas regras sejam tão prováveis e sem previsão para terminar: a sua própria história, sim, somos escritores de nós mesmos.
Zezinha Lins