sábado, 22 de março de 2014

A CIDADE NO SEU COTIDIANO




Em nossa pequena cidade
Não há enigma nos pedestres
Todos se conhecem.
Nas ruas os olhares se cruzam
Para o bem ou para o mal.
As torres para as quais erguemos os olhos
São: a torre da igreja matriz
E os altos coqueiros que nos rodeiam.
Multidões a caminhar pelas ruas,
Só em dia de procissão.
É a festa da padroeira...
A roupa nova, a praça, o parque de diversão
A cidade tem sabor, tem cheiro, tem cor
As práticas urbanas se integram com as do campo
Aqui e ali...
As frutas do compadre,
O bordado da vizinha,
O verde do Sítio Palmeiras
Temperando o meu feijão.
A cidade no seu cotidiano
Às vezes sonha com o progresso,
Mas com o sonho vem a realidade
Do anonimato, do concreto,
Do fogo que queima no chão
Da bala perdida, da morte...
A cidade desperta do sonho
Ao som da alvorada em dia de festa
É a banda tocando ao amanhecer
Sempre as mesmas canções
Trilha sonora de triste ou alegre viver.



 Zezinha Lins