Em plena
transição
Contemplo
meu ser,
Perfeita
sintonia,
Outono em
mim.
Nua,
despojada dos excessos,
Roupas
espalhadas como folhas secas pelo chão,
Resisto.
Vejo-me
árvore de raízes fortes.
Sinto a
ousadia do vento
Que canta no
silêncio da noite,
Primorosa
sinfonia
Adentra a
janela entreaberta,
Acaricia meu
corpo,
Afago in
natura.
Hora de
troca de roupagem, de cor, de sonhos.
Meu amor se
foi com o Sol,
Dispenso a
melancolia
Tão própria
da nova estação,
Prefiro a
beleza escondida no misterioso amanhã.
Há surpresas
por vir,
Há leveza na
nudez que espera
Um arrepio
na pele
Quando a
longa e fria noite chegar.
Enquanto
isso, buscarei a mim mesma,
Marcarei
encontro com o Sol.
Mas sei...
Um novo
outono virá
Com toda a
magia da última colheita.
Serena, em
recolhimento
Escreverei
entre os lençóis
Mais um
poema de amor.
Zezinha Lins