“Tantas possibilidades
moram nesta folha em branco”, pensa ela enquanto observa a página inicial do
word no seu amigo mais íntimo, o notebook. Amante das letras e das boas
histórias, adora escrever, mas nem sempre é fácil pensar em algo interessante,
principalmente quando sente-se cansada dos afazeres do dia a dia. Mesmo assim,
resolve arriscar, dar a vez ao narrador. Aquela folha em branco na sua frente
parece exercer um certo fascínio. No silêncio da noite os pensamentos criam
asas e voam até os inúmeros personagens e enredos que cabem naquele espaço em
branco: quantas histórias de amor, de romances vividos ou imaginados nos
enredos e nos espaços mais inusitados, o tempo cronológico ou psicológico
caminha junto aos personagens na trama. No início, o equilíbrio, ausência de
conflito, e assim como na vida logo surgem as atribulações, depois o clímax e
finalmente o desenlace. A arte de criar, de compor narrativas com todos os seus
elementos lhe dá prazer, mas ela sabe que a história mais importante está sendo
escrita sem que essas regras sejam tão prováveis e sem previsão para terminar:
a sua própria história, sim, somos escritores de nós mesmos.
Zezinha
Lins