sábado, 9 de junho de 2018
Fábrica de felicidade
Sexta à
tarde, preciso relaxar, descansar. Pego caneta e papel, na maioria das vezes
funciona. Começo a rabiscar, contar histórias reais, de ficção ou tudo
misturado. Acredito que mesmo na ficção existe um tanto de verdade, (uma
verdade subjetiva como a alma do ser humano) seja a narrativa na primeira ou
terceira pessoa. Foi assim que nasceu a fábrica de felicidade.
Fábrica
de felicidade
Houve um
tempo em que eu fabricava a minha felicidade. Para isso usava a matéria-prima
que estivesse ao meu alcance e se não tivesse nada eu inventava, bastava fechar
os olhos ou fixar o olhar num lugar qualquer e deixar o pensamento fluir.
Visitava lugares bonitos, viajava nas notas de um piano imaginário, corria num
campo cheio de flores coloridas e encontrava um amor, vivia esse amor, com ele
passeava de mãos dadas nas tardes de domingo e tomava sorvete num banco de uma
praça qualquer. Voltando a realidade ou quase, vestia-me de Pollyana e seguia
em frente, fabricando felicidade para mim e tentando fabricar para os que
estavam a minha volta, essa parte era a mais difícil e necessária.
Hoje,
continuo fabricando minha felicidade. Porém, aprendi com o tempo que tenho mais
matéria-prima do que pensava, pois posso reciclar a realidade, transformando-a.
Não preciso mais apenas sonhar, preciso fazer acontecer. Também não me visto
mais de Pollyana, gosto de estar sempre vestida de mim mesma, usando todas as
cores, chorando todas as lágrimas e saboreando todos os sorrisos. Sigo
lubrificando e cuidando com zelo das peças de cada máquina da minha fábrica.
Sim, porque fabricar felicidade dá trabalho e às vezes dói.
Zezinha
Lins
quinta-feira, 7 de junho de 2018
Livro Partes do meu todo
Um pedacinho do prefácio do meu novo livro PARTES DO MEU TODO, escrito pela poeta e escritora, professora no Rio de Janeiro e crítica literária Maria Maria Jose Zanini Tauil. Minha eterna gratidão.
"Conduzir ideias é algo mágico! A autora mostra a leveza e o sentimento que emana de cada um de seus textos, fazendo de nós, leitores, seus cúmplices e fãs. A matéria rica brota fácil da poeta, que mesmo em prosa, domina o universo da palavra, numa criação sólida, bem acabada e prontinha para ser degustada e se perpetuar. Sua escrita é porto seguro, cenário de sonhos e verdades, onde a emoção merece palmas e respeito."
quarta-feira, 6 de junho de 2018
Prefácio
Você costuma ler o prefácio dos livros que lê? Confesso que tenho muito interesse em ler prefácios. Ele abre as portas e nos apresenta o que está por vir. Para mim, ler um livro sem ler primeiro o prefácio é como entrar na casa alheia sem bater na porta, como dispensar as boas vindas, o abraço e a oferta de um drink (no meu caso, sem álcool) antes da refeição. Já tive o imenso prazer de prefaciar um livro, a Antologia 6 da Casa da Poesia. Agora, o volume 8, para nossa alegria, será prefaciado pela Isolda Bourdot, a compositora do Roberto Carlos. Quem não costuma ler prefácios, não deixe nunca mais passar nenhum. Verá como a leitura fica ainda mais prazerosa depois do afetuoso abraço da chegada.
No tear do Senhor
Ao enviar para São Paulo, para as mãos do leitor Padre Wetemberg Aires, o livro Tecelã do Tempo, não imaginei que seria surpreendida com um poema inspirado na história do livro misturada com as lembranças do leitor. Grata e feliz com este lindo presente.
No tear do Senhor
No tear do Senhor
O tempo passa revivendo as lembranças
De um baú repleto de histórias
Que marcam também com minhas Olívias
E meus Severinos,
Mundos de botijas, flores azuis e amor
O tempo passa revivendo as lembranças
De um baú repleto de histórias
Que marcam também com minhas Olívias
E meus Severinos,
Mundos de botijas, flores azuis e amor
O ser criança me atinge
Esconde-esconde na casa de vovó Joana,
Correr pela praça da Matriz,
Ouvir os causos de vovô na calçada,
No sítio, a Casa Grande.
Tomar água do pote,
Depois banho de açude pra matar o calor.
Esconde-esconde na casa de vovó Joana,
Correr pela praça da Matriz,
Ouvir os causos de vovô na calçada,
No sítio, a Casa Grande.
Tomar água do pote,
Depois banho de açude pra matar o calor.
Beber o Cálice de Cristo.
Do sofrimento à alegria
Vivo o mistério da contemplação.
No silêncio me faço oração,
Na oração me faço comunicação,
Na alegria me faço missão.
Do sofrimento à alegria
Vivo o mistério da contemplação.
No silêncio me faço oração,
Na oração me faço comunicação,
Na alegria me faço missão.
Vou seguindo o caminho.
Vou captando a arte do outro artista.
Não busco só a obra.
Busco o fundador da obra: Deus.
Assim vou tecendo minha vida
No tear do Senhor.
Vou captando a arte do outro artista.
Não busco só a obra.
Busco o fundador da obra: Deus.
Assim vou tecendo minha vida
No tear do Senhor.
Padre Wetemberg Aires
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