Mais do que um fluido lagrimal com sua composição
feita de água, sais minerais, gordura e proteína, sabemos que a lágrima é puro
sentimento. Ao pensarmos nas ocasiões em que choramos, lembramos de situações
totalmente diferentes e opostas.
Nos meus devaneios de poeta, estive imaginando que
de certa forma as lágrimas têm sabores. Tentando identificar alguns desses
sabores surgiu esta reflexão: as lágrimas são amargas quando nos deparamos com
a violência nua e crua, distante ou bem perto de nós. São azedas quando nascem
da raiva que brota nos corações invejosos e arrogantes. São salgadas quando
escorrem feito chuva no rosto pelas lições que a vida nos proporcionam através
de experiências dolorosas, mas que nos fazem crescer como pessoas e lembrar que
estamos vivos e que a vida é feita de fases. Agridoce são as lágrimas da
saudade. E aquelas que vertemos quando rimos até a barriga doer? Acho que tem
sabor de tutti-frutti. O sabor apimentado eu comparo com a dor física e haja
pimenta quanto maior ela for.
Penso que as lágrimas aparecem quando o que
sentimos é tão intenso que não basta sentir, precisamos por para fora o sabor
do momento. Os motivos bons ou ruins para chorar são tantos, que falta sabor
para comparar.
Mas o bom mesmo é nos deliciarmos com as lágrimas doces depois de termos experimentado todos os outros sabores.
Mas o bom mesmo é nos deliciarmos com as lágrimas doces depois de termos experimentado todos os outros sabores.
Zezinha
Lins