quarta-feira, 27 de outubro de 2010

VIDA ÍNTIMA



Casa arrumada,
Pra quem?
Confortável,
Pra quem?
Pra mim não é...
Não gosto da minha casa arrumada assim.
Sufoca-me, confunde-me.
Entristece-me...
Mas há quem goste, é cômodo.
Que fazer? Desarrumar?
Mas... Desarrumar e arrumar novamente
Dá tanto trabalho... E é desgastante...
Vou ficar quieta, deixar como está.
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E assim o tempo passa
Os dias... As semanas...
Os meses... Os anos...
Trinta anos se passaram.
É muito tempo.
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Não dá mais,
Não quero minha casa arrumada assim.
É hora de mudar.
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E aí começa uma grande revolução interior
Que expõe os conflitos,
A inquietação...
A indignação...
As angústias...
Quanto sofrimento...
E as lágrimas contidas, começam a rolar
No início, tímidas, depois livres,
Cachoeira cristalina que lava a alma.
Por fim... A decisão,
O alívio...
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Desarrumo toda a casa,
Mudo tudo de lugar.
Jogo fora o que não serve...
Nunca serviu.
E arrumo tudo de novo...
Do meu jeito,
Para o meu conforto,
Para a minha paz.


Zezinha Sousa