domingo, 14 de fevereiro de 2010

SEMPRE MENINA





Percorro as alamedas
Intrigada com a mutação
Transformações discretas
Resultados centenários
Que para tantos
Passam desapercebidos
Enormes rachaduras no chão
Fazendo emergir raízes
Que em contato com a umidade
Adoçam a minha respiração
Olho estes pequenos detalhes da vida
E num repente, passo a recordar
Reviver aquela menina
Que vasculhava formigueiros
Investigava insetos em troncos velhos
Aquela menininha
Que tinha um universo inteiro
Compactado em seu jardim
A cada dia, aconteciam novas missões
Curiosidade, muita vida
Pressionadas pelo mundo novo
Que crescia na minha alma de menina

Beatriz Prestes